Essa foi uma das frases ditas pela enfermeira Débora Moura Miranda Goulart que participou no mês passado do primeiro de uma série de encontros remotos promovido pela Quinelato – Instrumentos Cirúrgicos para falar de temas importantes para estudantes e profissionais da área da saúde.
Post do perfil no Instagram @quinelatohospitalar convidando para o encontro com a Enfa. Débora Goulart.
Com formação, especialização e experiência em áreas que envolvem o trabalho da enfermagem, Débora está concluindo o Doutorado em Programa de Pós Graduação da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás – UFG e atualmente é Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisa de Enfermagem em Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde – NEPIH.
Em sua palestra “O enfermeiro além do leito”, realizada no final do mês de setembro, a especialista expôs o assunto para internautas, trazendo uma dúvida de início: vocês realmente sabem o que faz um enfermeiro? “O enfermeiro é o profissional da saúde responsável pela prevenção, promoção e recuperação à saúde, assistência em todas as especialidades, gestão e liderança, processos operacionais, avaliação de qualidade, elaboração de indicadores, entre outros. Além disso, o enfermeiro está na formação de novos profissionais por meio do ensino e no desenvolvimento de tecnologias e pesquisas. Muitos não sabem o que é um enfermeiro e o que ele faz. Acredito que parte dessa situação pode ser responsabilidade dos próprios enfermeiros, e a outra parte pelas condições de trabalho somada a existência de algumas marcas da trajetória histórica da profissão que permanecem vivas em detrimento de sua evolução tecnológica e científica”, definiu.
A Enfermeira Débora Goulart durante palestra.
O Presente e o Futuro da Profissão
“Pensando no futuro, com um déficit de 5,9 milhões de enfermeiros no mundo, definitivamente a enfermagem não desaparecerá”, diz Débora. Porém destaca que é preciso refletir sobre quais fatores trouxeram a profissão numa situação de invisibilidade e desvalorização. “O enfermeiro precisa ser visto para ser valorizado, mas para ser visto, penso que algumas coisas precisam mudar. Nesse sentido, acredito na necessidade de reformulação curricular e no desenvolvimento de habilidades em finanças, tecnologia e inovação. No Brasil, diferente do que acontece em outros países e em outras categorias profissionais, os enfermeiros não são reconhecidos por suas especializações e titulações (mestrado e doutorado). As habilidades e competências são desmerecidas com consequente prejuízo na qualidade da assistência e desmotivação do profissional”, diz.
Excesso de Responsabilidades
A sobrecarga de trabalho é outra questão grave. Apesar de legalmente ser estipulado o dimensionamento dos profissionais de enfermagem considerando por exemplo o número de pacientes, suas condições clínicas e tipo de assistência, ela diz que isso não é seguido na prática. “A alta demanda interfere na qualidade do serviço, aumenta o risco de erros, compromete a saúde dos enfermeiros e gera sua invisibilidade. Sem tempo até mesmo para registrar sua assistência, parece que o enfermeiro nem esteve no setor. Conhecido pelo seu dinamismo, assumem de maneira quase heroica, vários setores e múltiplas atividades, por que não permite deixar o paciente desassistido. Mas é hora de os enfermeiros pensarem sobre esse ‘heroísmo’ porque para os gestores tornou-se conveniente”. E complementa: “acredito na enfermagem, mas desejo que o enfermeiro tenha mais consciência da sua importância e não aceite situações em que ele não poderá desenvolver uma assistência com o no mínimo, excelência nos resultados”.
Parceria com a Quinelato
Até então atuando em Centros Cirúrgicos, em 2015, Débora iniciou uma especialização em Central de Material Esterilizado (CME) o que a fez se interessar muito por essa área. “No final da especialização, eu estava auxiliando na compra de instrumentos cirúrgicos de um grande hospital”, conta. O trabalho do profissional de CME possui foco na segurança da assistência e gestão de recursos, buscando parcerias com empresas que podem auxiliá-lo nesses objetivos. “As falhas em instrumentais cirúrgicos podem ocorrer devido a presença de defeitos de fabricação, montagem ou manuseio. Assim, os instrumentos devem ter boa qualidade no seu processo de fabricação e os enfermeiros devem ter conhecimento das especificidades técnicas dos instrumentos para definir os protocolos do processamento. Más práticas podem ocasionar danos aos instrumentos, comprometer a funcionalidade e criar imperfeições de superfície que podem abrigar microrganismos e sujidade”. Por isso, Débora diz que a parceria com a Quinelato surgiu pelo interesse mútuo em buscar respostas e resultados cada vez melhores. “A união de instrumentos de qualidade e eficiência no processo de limpeza e esterilização, resulta em economia com reposição e manutenção dos instrumentos e segurança do paciente. A Quinelato é uma empresa diferenciada no mercado. Conta com uma equipe alinhada com sua missão. Sempre interessada no que acontece na prática e disposta a fazer o que for possível para ajudar, mantendo-se focada em desenvolver os melhores produtos e contribuir para a assistência segura dos pacientes”, finaliza.